domingo, 14 de novembro de 2010

Tempos de oposição

Ando com uma saudade latente, e hoje parei pra pensar: que saudade é essa?
Fiquei lembrando do tempo em que existia em nosso país uma tal parcela da população chamada de "oposição".
Vou explicar: almoço na casa do cunhadão, domingão, e eu resolvi dar uma cutucada nas sobrinhas adolescentes, e de quebra no tal cunhado que foi PT de carteirinha nos bons tempos de Lula do PT, falando sobre as prováveis atitudes da nossa futura presidenta, Sr. Dilma. Eis que o assunto morreu ali, sem retórica, sem direito a réplica nem nada.
Pensei comigo: há alguns anos, um assunto desses virava diálogo pra lá de hora, onde cada um colocava um pouquinho de suas opiniões, e o tema seguia. Será que o futuro é tão certo assim? Resposta: não...o que tem faltado em nossa história contemporânea é justamente isso... as pessoas simplesmente não se importam mais.
O que falta então? Aí é que mora o problema. Há bem pouco tempo atrás, as escolas preparavam os jovens para pensar sobre o país, e esse mesmo jovem, ouvia constantemente que um grupo ou outro reinvindicava ações sobre os temas pertinentes, e as pessoas se engajavam nisso com afinco, e havia um fundamento para sempre existir alguém que se opunha, e alguém que se importava, de modos que os detentores da SITUAÇÃO pensavam "muitas vezes" antes de tomarem qualquer atitude.
Faz tempo que decidi dizer a todos que não faço parte de assuntos políticos, e há tempos me digo neutro em "conversas sobre política". Acho que essa é a raíz do nosso mais novo problema: todo mundo foi condicionado a falar ao mesmo tempo "não participo de assuntos políticos", e assim o país segue numa mão única, onde não existe OPOSIÇÃO.
Isso é um perigo para um país como o nosso, onde anda faltando liderança política, e onde anda faltando firmeza de caráter e de opinião. Devemos nos questionar mais sobre alguns assuntos, ou sobre a falta deles. Faz tempinho que estamos sendo negligentes e não nos importando mais com nossas reais necessidades. Ouvi um amigo dizer um dia desses, citando Platão: é alto o preço pago pelos homens que não se interessam por política...serem governados por homens interesseiros, ou seja, o desinteresse do homem de bem nos assuntos políticos, dá margem aos maus políticos para governarem. Será que estamos deixando nossos interesses de lado e dando margem para maus governantes? A resposta está aí...

2 comentários:

  1. Oi Marcos. Obrigada pelo convite :)
    Olha, eu acho que as pessoas se importam, sim.
    Só que 70% dos jovens não estão nem aí. E os 30% restantes só se importam em começar porque estão ligados a pessoas que se iomportam. Mas se importam com o próprio umbigo, se estiver bom pra elas, beleza! Entendeu?
    rs
    Bjo

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  2. Oi Rê... entendo seu comentário sim! Mas um pouco disso é falta daquela disciplina "moral e civismo" que compunha o curriculo escolar há tempos, lembra? Acho interesse dos detentores do poder que as pessoas não se importem mais com militância política...pena!

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